A 3ª e última etapa da projecto The art of survival - artistic views on the social (A arte da sobrevivência - visões artísticas sobre o social), promovido pela rede APAP (Advancing Performing Arts Project) VI, integrada por oito organizações europeias de artes performativas, entre as quais a Transforma - Associação Cultural, sedeada em Torres Vedras, teve lugar em Zagreb, na Croácia, entre 11 e 14 de Dezembro.
Número 133 · 17 de Dezembro de 2008 · Suplemento do JL n.º 997, ano XXVIII
Beneficiando de dinheiros comunitários do Programa Cultura, as actividades da APAP, que reúne teatros, associações como pequenos espaços, estúdios de dança, etc., iniciaram-se há cerca de 10 anos. As entidades que integram a rede APAP, que se vêem «quatro e cinco vezes por ano», segundo Tiago Miranda, estabeleceram interligações que lhes permitem criar projectos, trocar colaboradores, promover estágios e lançar de dois em dois anos um projecto comum. A rede arrancou já com o próximo projecto da APAP, que compreenderá nesta sua configuração um total de 14 entidades culturais europeias.
«O que foi fundado para um apoio conjunto a jovens artistas desenvolveu-se crescentemente numa plataforma para conceber e implementar projectos artísticos que só poderiam emergir dentro desta rede e, além disso, também num fórum para a análise teórica da função, produção e distribuição das artes performativas contemporâneas na Europa», lia-se no catálogo da mostra de Zagreb.
Tiago Miranda e Luís Firme, Presidente da Direcção da Transforma, deslocaram-se também a Zagreb, com o apoio do Instituto Camões, para participar na apresentação de The Angola Project, de ‘Cabula6\', o suporte do actor/performer e autor norte-americano Jeremy Xido.
Este projecto, no dizer de Xido, consistiu na «realização de um filme como performance», isto é, não do filme em si, que está por realizar ainda e que tem como tema a reconstrução do corredor dos Caminhos de Ferro de Benguela, em Angola, ou mais propriamente, das pessoas que participaram na sua reconstrução e que vivem ou viveram ao longo da linha que atravessa de leste a oeste aquele país africano.
«O projecto começou com a ‘Transforma\' a dizer que estavam a fazer outro projecto APAP e que o tema, tanto quanto eu entendi, tinha alguma coisa a ver com imigração. Pediram-me que apresentasse um projecto e a minha proposta esteve relacionada com o que eu estaria interessado em fazer: a realização de um filme como performance», explicou Xido.
Daqui resultou uma «espécie de instalação» - no dizer de Tiago Miranda -, com suporte vídeo em que o actor/autor norte-americano apresentou e falou sobre o material que recolheu e o discutiu numa ‘Conversa Pública\' com Lina Saneh.
A segunda parte do projecto O Caminho-de-ferro de Benguela, Angola focará a reconstrução da linha efectuada por operários e empresas chinesas.