Lisboa: Inauguração da exposição "BOANDA"

Calendário
Camões, I.P.
Data
09.11.2023 - 29.11.2023
Localização
Lisboa (Camões, I.P.)

Descrição

No dia 9 de novembro de 2023, às 18h00, na Sala de Exposições do Camões, I.P. (Avenida da Liberdade, 270), inaugura a exposição “BOANDA”, que conta com a participação dos artistas portugueses e angolanos, António Gonçalves, Babu, Rita GT, Sara Maia, Tim Madeira, sob curadoria de Elisa Ochoa. A exposição ficará patente até dia 29 de novembro.

BOANDA é uma palavra inventada. Reúne as duas últimas sílabas das palavras Lisboa e Luanda, e ilumina os princípios fundamentais que regem todo o projeto – a introdução e o atravessamento vivencial das diferentes personalidades artísticas aqui apresentadas.
Cinco artistas foram convocados a conversar sobre possíveis colaborações entre dois países de língua oficial portuguesa. Encontros que foram marcados por trocas de práticas artísticas que resultaram em desenhos, pinturas, esculturas, instalações.
Os próprios reuniram-se e foram ao encontro uns dos outros para repensar as suas ideias culturais, vivenciais e a própria experiência de se ser artista – que papel têm? Que papel temos aqui neste mundo?

Os países aqui representados são Angola e Portugal e trazem consigo a força criativa destas pessoas; estes dão voz e alma a este projeto singular que colocou artistas a trabalharem sozinhos e em conjunto, sem se conhecerem. Puderam questionar as suas práticas e experimentar novos processos, por vezes, em lugares desconhecidos. Tudo era exercício e ensaio.

Sara Maia, Tim Madeira, Hamilton Francisco aka Babu, Rita GT e António Gonçalves desenvolveram obras coletivas (a várias mãos) e também individuais, em diferentes cidades portuguesas – Lisboa, Coimbra, Viana do Castelo, Santa Cruz das Flores. Com ritmos muito próprios, foram encetando a discussão e trocando temas de trabalho. Debateram-se tópicos importantes, como os resíduos e o desperdício, os artefactos urbanos, os espaços habitados da cidade, a rua, o clima, os significados do universo do sagrado e da ritualização, mas também o domínio do terreno, a materialidade dos objetos e a criação de sensações.

Abriu-se o jogo da contrariedade e acendeu-se um espírito crítico. Era preciso mergulhar nos universos culturais uns dos outros - uma simbiose de valores que BOANDA procurou sempre consubstanciar: a inclusão identitária, o poder da imaginação e a aprendizagem local, provando que as coisas que nos unem são maiores do que as que nos separam.

BOANDA começou no início de 2021, em pandemia e num cenário improvável, que inviabilizava os encontros físicos. Usámos muitas vias de comunicação, trabalhámos por correspondência, como se as obras fossem um constante “Cadavre exquis”, dando origem a muitas variações surpreendentes.

E essas pequenas viagens interiores, que formaram um pouco do nosso imaginário, materializaram-se em algumas residências artísticas em Lisboa e em Luanda.

Na busca das possíveis interpretações da identidade e da memória destes artistas, o projeto teve como princípio o desenvolvimento gradual de camadas, sobreposições e diálogos que acabaram por influenciar os processos criativos de cada um. Foi verdadeiramente um percurso de descobertas, até aqui chegar.

Passados dois anos, o BOANDA é o começo de mais contactos e interpelações entre artistas desconhecidos que se encontram para confirmarem a força que a arte tem nas nossas vidas e que será sempre uma afirmação do que somos verdadeiramente.