No dia 20 de março de 2025, o programa FRESAN - Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola realizou no Lubango, província da Huíla, em Angola, o seu 10.º Comité de Direção, para avaliar resultados e preparar a fase final do projeto nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe. A reunião contou com altos representantes de Angola, Portugal e da União Europeia, que destacaram os avanços alcançados e reforçaram a necessidade de garantir a sustentabilidade do impacto das ações em curso.
Ana e Brito Maneira, Ministra Conselheira da Embaixada de Portugal em Angola, reconheceu o impacto positivo do programa no terreno, alertando, contudo, que é preciso garantir que este impacto “perdure para além do programa”, o que “exige continuidade, compromisso e institucionalização dos avanços conquistados”. Sobre a recente aprovação da Segunda Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (ENSAN II), frisou que “não pode ser apenas um documento estratégico, tem de ser um compromisso nacional efetivo, com orçamentação para medidas concretas no terreno”.
A Ministra Conselheira destacou ainda o papel essencial do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA) na monitorização das 268 Escolas de Campo Agrícolas apoiadas pelo FRESAN/Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., afirmando tratar-se de “uma demonstração clara do compromisso angolano com o fortalecimento dos serviços de extensão rural”. Salientou também que o FRESAN gera um legado importante através da “identificação e sistematização de boas práticas sustentáveis e replicáveis, ajustadas às realidades locais”.
Rosário Bento Pais, Embaixadora da União Europeia em Angola, salientou avanços concretos e estratégicos alcançados ao longo do último ano, entre os quais se destaca a aprovação da ENSAN II, em fevereiro de 2025. Afirmou que existe agora um cronograma de trabalho para a constituição dos Conselhos Municipais e Provinciais de Segurança Alimentar e Nutricional, apelando aos governos provinciais e administradores municipais para prosseguirem esse esforço, utilizando como referência o modelo piloto que começará a ser operacionalizado em Humpata, na província da Huíla.
A Embaixadora da União Europeia destacou ainda ações práticas, como “os projetos-piloto de reflorestação, com a criação de mais de meio milhão de bolas de sementes” e “a construção de 430 pequenas infraestruturas hidráulicas que beneficiaram cerca de 230 mil pessoas”. Frisou, igualmente, o desenvolvimento de um pacote pedagógico para educação alimentar saudável, incluindo o Painel de Alimentação Saudável do Sul de Angola e a primeira tabela de composição de alimentos do sul de Angola, bem como o Programa de Educação Ambiental e o repositório das alterações climáticas.
A delegação portuguesa incluiu também Miguel Girão de Sousa, Adido para a Cooperação, Carla Rodrigues, chefe da Divisão de Parcerias Estratégicas do Camões, I.P., e a equipa técnica do FRESAN/Camões, I.P.
O FRESAN é uma iniciativa do governo de Angola, financiada pela União Europeia, cogerida pelo Camões, I.P. Pretende contribuir para a redução da fome, pobreza e vulnerabilidade à insegurança alimentar e nutricional no Cunene, Huíla e Namibe, sobretudo através do reforço da resiliência e produção agrícola familiar sustentável, da melhoria da situação nutricional das famílias e apoio ao desenvolvimento de capacidades nas instituições.
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