Começou no dia 10 de novembro de 2025 a 30.ª Conferencia das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC). Delegações de cerca de 170 países iniciaram em Belém, no Brasil, uma maratona negocial de duas semanas para procurar soluções para a crise climática.
A COP30 reúne mais de 50.000 pessoas, entre membros de delegações oficiais, organizações não-governamentais e representantes do setor privado, que irão debater a redução dos Gases com Efeito de Estufa (GEE), a transição energética para um sistema baseado em energia renováveis e a adaptação às alterações climáticas.
Na “COP da implementação”, conforme foi designada pela Presidência brasileira, serão apresentados os novos objetivos de cada país (no caso de Portugal, esses objetivos estão integrados na proposta da União Europeia) para baixar as emissões de GEE e será debatido o financiamento aos países em desenvolvimento no âmbito da nova meta coletiva quantificada, acordada na COP29, em Bacu.
Importa, desde já, sublinhar o estabelecimento de um novo fundo multilateral para a proteção das florestas tropicais, lançado pelo Brasil na semana passada por ocasião da Cimeira de Lideres que antecedeu a COP30, tendo Portugal anunciado o compromisso de um 1 milhão de euros para apoiar o novo Tropical Forests Forever Facility e que pretende evidenciar o papel crítico das florestas tropicais enquanto ecossistemas vitais para a regulação da temperatura global.
Aquando da Cimeira de Líderes, Portugal também endossou a Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas, que visa colocar o combate à fome e à pobreza nas prioridades agenda global das alterações climáticas, nomeadamente no foco das populações mais vulneráveis, especialmente nos países em desenvolvimento.
A delegação portuguesa à COP 30 é chefiada pela ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho e integra elementos de vários organismos oficiais, nomeadamente da Agência para o Clima, que lidera a delegação técnica nacional. De acordo com um comunicado do Governo português, no plano internacional, Portugal assume uma posição ativa na cooperação climática, enfatizando a conversão de dívida em investimento climático com Cabo Verde (e, em breve, também, com São Tomé e Príncipe), como um bom exemplo de contributo efetivo para a redução global de emissões GEE.
A promoção da ação climática e da transição verde constituí uma das áreas-chave da Cooperação Portuguesa, conforme está inscrito na Estratégia da Cooperação Portuguesa 2030.