Moçambique: CPLP - Língua é fundamental para organização ser "rota de negócios"

Publicado em quarta-feira, 18 julho 2012 13:59

A internacionalização da língua portuguesa é fundamental para o posicionamento da CPLP como "rota dos negócios" no mundo, porque a afinidade linguística diminui os custos dos investimentos, defendeu hoje em Maputo a presidente do Instituto Camões.

Ana Paula Laborinho enfatizou as vantagens económicas da língua portuguesa, ao abordar o tema "Cidadania e Educação", no âmbito do ciclo de palestras "Dias da Educação e Desenvolvimento", que integram a Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), que se realiza na sexta-feira.

Segundo a responsável do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, há estudos que demonstram que a comunhão da língua é uma mais-valia na economia das nações, pois reduz os chamados "custos de contexto" nas transações económicas.

"Um estudo sobre o comércio Brasil - Portugal mostrou que se estabeleceu uma rota de negócios entre os dois países propiciada pela comunhão da língua. Ficou também demonstrado que um investimento feito numa língua não comum encarece em cerca de 20 por cento os custos", afirmou a presidente do Instituto.

Para Ana Laborinho, o conhecimento da língua entre parceiros de negócios traduz-se no domínio das culturas dos agentes económicos gerando mais ganhos nos fluxos económicos, maior desenvolvimento e melhor cidadania.

A uniformização da ortografia portuguesa, através do respetivo Acordo Ortográfico, assinalou a presidente do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, é um passo fundamental na internacionalização do português e na afirmação da CPLP como parceiro económico global.

Por seu turno, o reitor da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Orlando Quilambo, referiu que a promoção da educação para os povos que integram a CPLP será fundamental para o exercício dos direitos de cidadania e consequente desenvolvimento económico da comunidade.

"A cidadania está ligada à educação. A cidadania não será exercida pelo impulso de regulamentações, leis, livros ou receitas, mas pela promoção de uma vivência que a cultive", enfatizou Orlando Quilambo.

Nessa perspetiva, a CPLP deve atribuir maior enfoque à educação sobre cidadania, diminuindo as assimetrias dos vários segmentos da população no acesso ao direito universal à educação, disse.

PMA

Fonte: Lusa