Cerca de 600 milhões de novos empregos terão de ser criados num período de 15 anos, só para manter constantes as taxas de emprego no mundo, afirma o Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial de 2013, produzido pelo Banco Mundial (BM) e divulgado no início de outubro.
O documento está centrado nas questões do emprego, tanto nos países desenvolvidos como em desenvolvimento, segundo a súmula divulgada em português pelo próprio Banco Mundial, uma instituição financeira internacional que atua nos países em desenvolvimento com o objetivo de reduzir a pobreza.
Cerca de 200 milhões de pessoas estão desempregadas e à procura emprego ativamente, no mundo, sendo uma parte «desproporcional» delas constituída por jovens (75 milhões das quais têm menos de 25 anos), segundo o BM, que estima em 620 milhões o número de jovens, na maioria mulheres, que não trabalha nem procura emprego.
Em muitos países em desenvolvimento as taxas de emprego podem ser baixas, as redes de proteção social são modestas e apenas uma minoria de trabalhadores são assalariados.
No prefácio ao documento, o Presidente do BM, Jim Yong Kim, escreve, citado pela imprensa, que «quase metade de todos os trabalhadores dos países em desenvolvimento trabalham em explorações agrícolas de pequena escala ou em atividades próprias, trabalhos que normalmente não vêm com um salário fixo nem com mecanismos de proteção social (...) Muitos têm mais de um emprego e trabalham longas horas mas, demasiadas vezes, não ganham o suficiente para assegurar um futuro melhor para si mesmos e para os seus filhos», frisa o presidente do BM.
A violação de direitos básicos no trabalho não é algo inusitado, refere ainda a súmula do documento feita pelo BM.
O relatório conclui ainda que os trabalhos que mais contribuem para o desenvolvimento dos países são aqueles que estão ligados aos movimentos de urbanização e que permitem às cidades funcionar melhor, que ligam as economias locais aos mercados globais, protegem o meio ambiente, promovem a confiança e o emprenho cívico, ou reduzem a pobreza, tudo empregos que, sublinha o BM, existem quer no setor formal quer no setor informal da economia.
«O setor privado é o motor fundamental da criação de emprego, criando 90 por cento de todos os empregos dos países em desenvolvimento. Mas os governos têm um papel vital, garantindo condições que permitam ao setor privado fazer a economia crescer e diminuindo as dificuldades à criação de bons empregos», considera Jim Yong Kim.
O relatório do BM aconselha os governos dos países em desenvolvimento a assegurarem condições fundamentais básicas, como a estabilidade macroeconómica, o primado da lei e o investimento na formação de recursos humanos.
O banco sugere também aos países que concebam políticas laborais que se possam traduzir em oportunidades de emprego e que identifiquem «estrategicamente» que postos de trabalho mais ajudam ao desenvolvimento de cada país específico, e acabem com os obstáculos que impedem a criação de um maior número desses empregos.