Berlim: Exposição "Heritage at Risk”, de Márcio Carvalho
Descrição
A Embaixada de Portugal e o Camões - Centro Cultural Português (CCP) em Berlim apresentam Heritage at Risk, a primeira exposição de Márcio Carvalho, que terá lugar no Kunstraum Botschaft. A inauguração da exposição terá lugar no dia 15 de junho, entre as 18h00 e as 20h00.
A mostra tem como ponto conceptual de partida a Exposição Universal do Mundo Português, para revisitar e questionar as marcas do passado colonial no presente europeu. Trata-se de um conjunto de obras multiformes, que pretende refletir sobre as influências que a cidade de Lisboa e seus espaços de culto colonial exercem sobre os vários aspetos da memória e do esquecimento públicos.
Com raízes que chegam até Angola e a uma família multirracial dos tempos pré-descolonização, Márcio Carvalho propõe-se imaginar estratégias participativas de contextualização destes objetos de culto colonial que viabilizem encontros com histórias alternativas, repensando o papel que o património e a comemoração podem e devem desempenhar num tempo pós-violência colonial.
“Heritage at Risk” pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 11h00 às 13h00 e das 15h00 às 17h00, estando patente até ao dia 29 de agosto de 2023, quando terá lugar uma finissage.
A finissage da exposição Heritage at Risk terá no CCP em Berlim, estando previsto o seguinte programa:
17h30 – 18h00: Visita guiada à exposição por Márcio Carvalho.
18h00 – 18h45: Conversa entre Margarida Calafate Ribeiro e Márcio Carvalho, sob o título Noisy Debates: Portugal, colonial past, and the future – which heritage is really at risk? Serão debatidos alguns dos assuntos que decorrem do tema complexo do património de diferente pertença. A conversa, que terá lugar em inglês, será moderada por Patrícia Barreto, Diretora do CCP em Berlim.
18h45 – 19h30: Beberete.
Esta iniciativa conta com apoio do CCP em Berlim. Mais informações em https://camoesberlim.de/eventos/heritage-at-risk-finissage/.
Márcio Carvalho é um artista visual, performer e curador português, residente entre Lisboa e Berlim. As suas raízes remontam a Angola, a uma família multirracial e multicultural constituída em tempos coloniais. É a partir dessa experiência alheia, mas íntima, da sua herança, mediada por histórias, imagens e mitos que lhe foram transmitidos e marcada pela sua contemporaneidade, que Márcio de Carvalho questiona as marcas do passado no nosso presente europeu ao longo da sua obra multiforme.
Margarida Calafate Ribeiro é investigadora coordenadora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Desde o seu doutoramento no King´s College, Universidade de Londres, que se dedica ao estudo do colonialismo português e das suas marcas no presente pós-colonial europeu. De 2016 a 2021, coordenou o projeto do “Memoirs, Filhos de Império e Pós-memórias Europeias”, financiado pelo Conselho Europeu de Investigação, analisando as heranças coloniais europeias nas gerações seguintes e as suas representações artísticas particularmente em Portugal, França e Bélgica, onde ecoam memórias de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Argélia e Congo. A quem pertence esta herança? “Europa Oxalá” foi a expressão visual deste projeto. Uma exposição internacional com curadoria de António Pinto Ribeiro, Aimé Mpane e Katia Kameli apresentada em Portugal (Fundação Calouste Gulbenkian), França (MUCEM, Marselha) e Bélgica (AfricaMuseum, Tervuren) com 23 artistas cujas obras, biograficamente motivadas, lidavam com as heranças coloniais europeias.
Foto: © Márcio Carvalho
“Memórias para 14 bustos”, 2023
Desenho, micropigmento e acrílico sobre capulana
180cm x 120cm