Os Lusíadas lideram descarregamentos
Os Lusíadas, de Luís de Camões, continuam a ocupar o topo da lista dos livros e textos mais descarregados da Biblioteca Digital Camões (BDC), um mês depois do lançamento em linha desta, no âmbito de um projecto a que se somam novos parceiros, como a Guimarães Editores, que trará os romances de Agustina Bessa Luís à distância de um clique.
Número 135 · 11 de Fevereiro de 2009 · Suplemento do JL n.º 1001, ano XXVIII
Nível Limiar e a colectânea de contos portugueses foram as obras que mais subiram no número de descarregamentos em relação aos primeiros dias de funcionamento da BDC, afirmou o seu coordenador, Rui Vaz, também responsável pelo Centro Virtual Camões.
As categorias mais acedidas, contadas a partir da página de índice da BDC, foram Literatura (8,6%), História (7,9%), Música (4,9%) e Arte (4,6%), entre as 19 classificações temáticas existentes.
As parcerias que permitiram a constituição da BDC, que apresenta um fundo de cerca de 1.200 textos e partituras musicais, foram objecto da assinatura de nove protocolos a 22 de Janeiro, numa cerimónia que assinalou os 80 anos da génese do Instituto Camões (IC).
A Presidente do IC, Simonetta Luz Afonso, disse durante a cerimónia estar a instituição preparada para «responder aos novos desafios» que se colocam nos domínios da Língua e da Cultura Portuguesa no mundo, numa altura em que se reforçou o estatuto internacional do Português.
Essa foi aliás uma perspectiva que o professor José Paulo Esperança confirmou ao apresentar na cerimónia algumas conclusões do estudo que o IC encomendou ao Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa (ISCTE) sobre O Valor Económico do Português.
Em resposta às novas conjunturas, o IC tem desenvolvido «programas de formação, em Língua Portuguesa (LP), dos quadros de Organizações Internacionais», bem como de academias diplomáticas e parlamentos de diversos países, afirmou Simonetta Luz Afonso.
No continente americano, o IC desenvolve negociações com vista à constituição de uma «rede ibero-americana para a expansão de cursos de intercompreensão português/espanhol, nomeadamente através da Internet».
Reconhecendo que o actual estatuto da LP se deve «ao facto de ela ser pertença da CPLP», a Presidente do IC destacou a intervenção da instituição em três programas de Formação Contínua de Professores de Português: em Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique e evocou os esforços do IC para a certificação de professores dos países da CPLP para ensino do Português como Língua Estrangeira.
Neste processo, a Presidente do IC falou da «transição fundamental para sistemas de aprendizagem orientados para o utilizador» e do papel que aí têm as Tecnologias de Informação (TIC), sublinhando o papel do CVC e da renovada BDC.
Simonetta Luz Afonso dirigiu um apelo aos editores livreiros no sentido de disponibilizarem conteúdos e das vantagens que isso pode trazer às próprias empresas.
No que toca às estratégias de promoção cultural desenvolvidas pelo IC e pela rede diplomática e consular, pelos Centros Culturais e pela Rede de Docência/Centros de Língua Portuguesa, a Presidente do IC considerou que «a grande etapa é, sem dúvida, a comparência regular da arte portuguesa, seja cénica, plástica ou outra, em grandes eventos internacionais».
Na cerimónia que assinalou os 80 anos da génese do IC, com a criação a 16 de Janeiro de 1929 da Junta de Educação Nacional, interveio também a professora Fernanda Rollo, do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, que coordena o projecto de investigação da história do IC.