Uma exposição de tapeçaria da artista Marcela Costa, “Retalhos de Angola”, vai ser inaugurada no Centro Cultural Português/Camões, I.P. em Luanda, no dia 10 de março de 2015, às 18:30, numa sessão em que será também lançado um livro sobre a vida e obra da autora, intitulado “Marcela, Filha de Angola”.
Com tecidos, esteiras, missangas e tintas, que dão corpo a figurações diversas, num total de 22 peças, 13 inéditas, Marcela Costa revisita a cultura tradicional de Angola, desta vez com uma incidência particular nos povos do Sul. A mostra, que celebra o Dia da Mulher Angolana e o Dia Internacional da Mulher, ficará patente ao público até ao próximo dia 20.
A artista conta no seu percurso com mais 50 exposições, individuais e coletivas, em galerias angolanas e internacionais. A primeira exposição individual foi apresentada em Luanda, na União Nacional de Artistas Plásticos.
No estrangeiro marcou presença na Bélgica (1986), África do Sul (1994), EUA – sede da ONU (2003), antiga Checoslováquia (1992), Gabão (1995), Itália, Japão, Zimbabué, Botsuana, Grã-Bretanha, Espanha (1992), Rússia, Coreia do Sul, Suécia (2006), China (2008), Portugal e Estónia (1990).
Nasceu no Golungo Alto, Kwanza Norte e fez a sua formação em Luanda, no Instituto Industrial, onde tirou o Curso de Artes Visuais e posteriormente, o Curso de Instrutor de Artes Plásticas. Em 1984, partiu para a Suécia, onde tirou o Curso de Tecelagem Artística e suas Superações, no Instituto Handarbetets Vanner em Estocolmo e Saterslanta Henslojdes Gard em Dolana.
A sua obra foi já distinguida por diversas vezes, designadamente com o Prémio ELF Angola – Bienal do Centro Internacional de Civilizações Bantu (CICIBA), o Prémio Nacional de Cultura e Artes, na categoria de Artes Plásticas (3ª edição) – Angola (foi a única artista mulher a receber esta distinção), o Troféu “YariYariPamberi” nos EUA e o Prémio Monumental – Luanda.
Em Angola, Marcela Costa fundou e dirige a Galeria Celamar, na Ilha de Luanda, por onde, ao longo de mais de uma década têm passado centenas exposições e milhares de artistas, angolanos e estrangeiros.
O espaço tem três projetos permanentes: a “Amostra de Arte Mulher”, iniciada em 2004 em alusão ao Dia Internacional da Mulher, o “CoopeArte”, também criado em 2004, que, durante um mês reúne no espaço da Galeria, artistas locais e estrangeiros para partilha de experiências, técnicas e materiais e o Grupo de Meninas Percussionistas, constituído por jovens desfavorecidas, que recebem apoio e formação musical na Galeria.
“Retalhos de Angola” marca o regresso de Marcela Costa às exposições, após dez anos de ausência, devido à atividade desenvolvida na Celamar.