A exposição “Museke”, do Centro de Estudos e Investigação Científica de Artes, Arquitetura, Urbanismo e Design (CEICA) da Universidade Lusíada de Angola, vai ser inaugurada a 10 de março de 2014, pelas 18h30, no Centro Cultural Português de Luanda.
Através de desenho, fotografia e vídeo, a exposição abordará a temática do espaço urbano degradado no contexto da cidade de Luanda, inserindo-se numa série de iniciativas programadas para os próximos dois anos em torno do mesmo tema.
Com a mostra “Museke”, que ficará patente ao público até 21 de março de 2014, pretende-se levantar questões e problematizar a cidade em relação ao espaço musseque, nas vertentes de sustentabilidade e urbanidade.
O musseque em Angola surgiu na segunda metade do séc. XIX como espaço de divisão entre a cidade formal (população branca/europeia) e a informal (população negra/autóctone) e foi evoluindo ao longo de mais de um século para um lugar transcultural e miscigenado.
De acordo com Ângela Mingas, arquiteta e curadora da exposição, “é necessário compreender o musseque de forma multidimensional de maneira a que a intervenção no seu espaço não signifique anulação da sua identidade”.
“Os musseques são na realidade lugares de memória de todos os angolanos. Não importa o estatuto social de cada um. É importante dizer que aniquilação destes pode ou poderá ser a pura representação da necessidade de escondermos o lugar degradado de onde viemos, mas repleto de memórias intrínsecas que faz de nós o que somos”, afirma a arquiteta.