Os aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, em Portugal, e de Bissau, na Guiné-Bissau, serão, a partir do dia 20 de julho de 2016, e durante todo o verão, palco de uma campanha contra a Mutilação Genital Feminina (MGF). A campanha “O direito a viver sem Mutilação Genital Feminina”, que foi apresentada no dia 20 de julho, no aeroporto de Lisboa, é uma iniciativa conjunta do Governo português e de vários parceiros da sociedade civil, portugueses e guineenses.
A Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina Marcelino, disse à Lusa que a MGF – prática com consequências físicas, psicológicas e sexuais graves, podendo até causar a morte – afeta 200 milhões de mulheres e meninas em mais de 50 países, de origem (sobretudo africanos) e de acolhimento. Estima-se que em Portugal vivam 6.500 mulheres excisadas. Entre abril de 2014 e março de 2016, a plataforma que sinaliza a prática contabilizou 136 vítimas, todas com mais de 15 anos e sujeitas fora de território nacional.
O Ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro, Eduardo Cabrita, sublinhou que «é fundamental o envolvimento das comunidades, nas quais, por razões falsamente culturais, a prática da MGF ainda resiste», referindo que «a MGF é crime público», tanto em Portugal, como na Guiné-Bissau (único país lusófono com registo desta prática, onde metade das mulheres são mutiladas, apesar de uma lei a proibir desde 2011).
Eduardo Cabrita afirmou ainda que este «é um combate pela igualdade, pela liberdade, pela afirmação de valores e de direitos, que é um combate de todos, não é um combate de mulheres, mas de homens e de mulheres, que nos deve unir a todos».
O governante acrescentou ainda que «em Portugal, esta prática está identificada como perfeitamente residual, pelo que - mais do que leis e ações repressivas - é necessário transformar a MGF em algo que não é desejado pelas populações onde é mantida».
Fonte: Lusa