O Cônsul de Bordéus, de Francisco Manso e João Corrêa, vai fazer uma estreia absoluta em França na 28ª edição do festival ‘Reflexos do cinema ibérico e latino-americano’ de Villeurbanne, que decorre de 14 a 28 de março, e onde também passará O Estranho Caso de Angélica, de Manoel de Oliveira.
Ponto de encontro obrigatório do cinema ibérico e latino-americano na região, o festival do cinema Zola tem contribuído para divulgar o cinema português, trazendo a Villeurbanne inúmeras criações cinematográficas portuguesas de qualidade.
A projeção de O Cônsul de Bordéus, a 19 de março, será seguida de um encontro com o realizador João Corrêa, o produtor executivo Jean-Pierre Berckmans e o produtor e compositor Henri Seroka, que participarão no debate com o público.
O filme português abrirá também em França, a 21 de março, a programação da 14ª Semana do Cinema Lusófono em Nice e Cannes, com a presença de João Corrêa no Cinéma Mercury, de Nice.
A longa-metragem interpretada por Vítor Norte, João Monteiro e Carlos Paulo, inspira-se na história real do diplomata Aristides de Sousa Mendes, Cônsul-Geral de Portugal em Bordéus durante a II Guerra Mundial, que salvou a vida de mais de 30 mil pessoas, ao atribuir, à revelia do chefe do governo português António de Oliveira Salazar, vistos a refugiados perseguidos pelo regime nazi ocupante.
A ação central do filme, com argumento de António Torrado e João Nunes, passa-se em junho de 1940, período durante o qual o Aristides de Sousa Mendes, protagonizado pelo ator Vítor Norte, ajudou milhares de judeus e refugiados a viajarem para Portugal ou Estados Unidos.
O Estranho Caso de Angélica, tal como o anterior projetado no festival a 19 e 24 de março, conta a história de um fotógrafo contratado para captar a imagem da jovem Angélica no leito de morte, e de como essa imagem o vai perseguir e perturbar, sendo interpretado por Ricardo Trêpa, Pilar López de Ayala, Leonor Silveira e Luís Miguel Cintra.
O filme será precedido da curta-metragem O voo da papoila, de Nuno Portugal, inspirada na popular canção Somos livres, de Ermelinda Duarte, que foi um dos símbolos da revolução de abril de 1974.
Esta iniciativa conta com o apoio do Consulado-Geral de Portugal em Lyon, do CLP/Camões, na Universidade Lyon 2 e teve o patrocínio do banco BCP.