O 1º Encontro de Literatura Infantojuvenil da Lusofonia, uma iniciativa da Fundação O Século, começou a 2 de fevereiro de 2015 com visitas de escritores, ilustradores e contadores de histórias a escolas dos concelhos de Lisboa, Oeiras, Amadora e Cascais, e prolonga-se até ao próximo dia 7 com debates e uma feira do livro, entre outras iniciativas.
De 2 a 4 de fevereiro, escritores como o angolano Ondjaki, a brasileira Ana Maria Machado, a cabo-verdiana Carmelinda Gonçalves e os portugueses António Torrado, Margarida Fonseca Santos, Carla Maia de Almeida, Isabel Minhós Martins e David Machado, e os ilustradores André Letria, Danuta Wojciechowska e Catarina Sobral, entre outros, vão cativar as crianças para a leitura, com a colaboração de vários contadores de histórias.
Depois, de 05 a 07 de fevereiro, o programa prossegue na sede da instituição, em São Pedro do Estoril, com seis mesas-redondas - que contarão com a participação de escritores, ilustradores, editores e especialistas -, sobre temas como “Da tradição oral à escrita de autor na África Lusófona”, “A literatura infantojuvenil brasileira como lugar de cruzamento de culturas diversas” e “Edição, circulação, divulgação e mercado na literatura infantojuvenil da Lusofonia”.
Os escritores Alice Vieira, Richard Zimler, Fernando Pinto do Amaral (comissário do Plano Nacional de Leitura) e Isabel Alçada (ex-ministra da Educação) são alguns dos convidados para debater estes e outros temas.
A intercalar os debates, haverá histórias contadas pelo brasileiro Maurício Leite e pelos portugueses António Fontinha, Rodolfo Castro e Sónia Gameiro, bem como apresentação de livros e, no último dia, oficinas de narração, ilustração e escrita e uma homenagem ao escritor Carlos Pinhão.
Nas instalações da Fundação O Século decorrerá também uma feira do livro, com entrada gratuita, a inaugurar a 4 de fevereiro, pelas 17:00, onde estarão disponíveis livros de editoras especializadas em literatura infantojuvenil e animação para os mais pequenos.
O comissário do encontro, o escritor José Fanha, explicou à Agência Lusa que a ideia é “lançar uma rede lusófona de ligação entre autores e editores, facilitando a comunicação destes com o público, por meio do desenvolvimento de uma plataforma web disponível para os cerca de 290 milhões de falantes lusófonos nativos e os cerca de 800 milhões de falantes totais no mundo”.
O responsável sublinhou ainda que devido à importância deste encontro para os profissionais do setor educativo, a participação nele é classificada como “Ação de Formação para Professores” acreditada pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua de Professores do Ministério da Educação.
Apadrinha este evento - destinado a angariar fundos para que a Fundação possa continuar o seu amplamente reconhecido trabalho de solidariedade social – uma comissão de honra presidida pelo reitor honorário da Universidade de Lisboa, António Sampaio da Nóvoa, e composta, entre outras personalidades, pelos escritores Mia Couto (Moçambique), Pepetela (Angola), Ana Maria Machado (Brasil) e António Torrado (Portugal).
Descrita como uma “Fábrica de Amor”, a Fundação O Século foi criada em 1998 para dar continuidade às atividades e ao espírito da Colónia Balnear Infantil criada em 1927, em São Pedro do Estoril, pelo proprietário e diretor do jornal O Século, João Pereira da Rosa, e alimentada pelos donativos dos leitores do jornal, com o objetivo de proporcionar férias na praia a crianças desfavorecidas.
Anos mais tarde, quando os donativos escassearam, João Pereira da Rosa viu-se perante a necessidade de arranjar uma nova forma de financiamento da Colónia, razão pela qual criou a Feira Popular de Lisboa, cujas receitas passaram a servir esse propósito.
Foi depois do encerramento da Feira Popular que foi criada a Fundação O Século, uma inovação que conduziu à ampliação da sua obra social: agora apoia diariamente mais de 600 pessoas, uma parte delas fora das suas instalações, entre crianças, famílias e idosos.
Fonte: Agência Lusa