“Luanda, Los Angeles, Lisboa” é o título da exposição retrospetiva dedicada a António Ole, um dos mais notáveis artistas angolanos que abre ao público no dia 17 de setembro de 2016, na Fundação Calouste Gulbenkian.
A exposição apresenta pintura, desenho, escultura, colagem, instalação, fotografia e filmes produzidos ao longo de várias décadas. Nascido em Luanda, cidade que muito influenciou o seu percurso artístico, António Ole assume também a importância de Los Angeles e Lisboa na conceção das suas obras.
Ole descende de duas culturas, africana e europeia, herança que assumiu quando se estabeleceu em Los Angeles para estudar e trabalhar na área do cinema. Se em Luanda, enquanto jovem artista, admirava sobretudo a arte ocidental, a distância tornou visíveis as marcas deixadas pela vastidão de África, levando-o em busca das suas próprias raízes. As temáticas que percorrem a sua obra - o mar, a ilha, a cidade, a arquitetura, as paredes - surgem de uma consciência social. Temas incómodos ou mesmo tabu, como a escravatura, são aflorados, afirma, para que não sejam nunca esquecidos e para que o futuro possa ser perspetivado de uma nova maneira.
António Ole nasceu em Luanda em 1951, onde vive e trabalha atualmente, e formou-se em Cinema no American Film Institute de Los Angeles (1975) e em Cultura Afro-Americana na Universidade da Califórnia – Center for Advance Film Studies (1981-1985). Realizou a sua primeira exposição internacional no Museum of African American Art de Los Angeles, iniciando uma reflexão sobre a escravatura e o colonialismo.
Com exposições em várias instituições internacionais, António Ole participou em 2013 na 55.ª Bienal de Veneza, onde volta a estar presente em 2015, no Pavilhão de Angola, lado a lado com outros jovens artistas angolanos. Recebeu diversos prémios em Angola, Portugal e Cuba. A sua obra encontra-se presente em inúmeras coleções públicas em Portugal, Angola, África do Sul, Estados Unidos da América, Alemanha e Cuba.
A exposição conta com o apoio do Camões, I.P./ Centro Cultural Português em Luanda e, vai estar patente de 17 setembro de 2016 a 9 janeiro de 2017, na Fundação Calouste Gulbenkian.
Mais informação: https://gulbenkian.pt/museu/evento/luanda-los-angeles-lisboa/