Teve lugar no dia 4 de abril de 2024, no Auditório do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., em Lisboa, o lançamento da obra "Cesário Verde: A Aprendizagem da Poesia", da autoria de Pedro Meireles, com chancela da Textiverso Editora.
A abertura do evento esteve a cargo de Joaquim Ramos, Vogal do Conselho Diretivo do Camões, I.P., seguida da apresentação do livro pelo autor, Pedro Meireles, que contextualizou a contemporaneidade da escrita de Cesário Verde, com recurso a poemas de outros escritores, como Alberto Caeiro e Álvaro de Campos - heterónimos de Fernando Pessoa - , Eugénio de Andrade, Manuel António Pina, entre outros. Após a apresentação, houve um momento de diálogo com o público presente.
Cesário Verde constitui o «grau zero» da poesia portuguesa contemporânea, segundo Eduardo Lourenço. Cesário é também considerado um dos maiores poetas portugueses, sendo a sua poesia lida como exemplo para defesa de várias teses: assinala a passagem entre o romantismo e o realismo com uma perfeição formal parnasiana; representa o binómio contrastante do campo e da cidade; descreve a mulher como lugar de sossego e de desassossego.
O presente estudo, partindo destes pressupostos, pretende chegar ao que Lourenço enuncia. Para isso, apresenta-se um caminho de aprendizagem do dizer poético, caminho feito nos poemas «Nevroses», «Num Bairro Moderno», «Cristalizações» e «Noitada», avançando-se depois para «O Sentimento dum Ocidental» e «Nós».
Do resultado desta aprendizagem, poder-se-á dizer que estes textos instauram um idioma que permite colocá-los em diálogo com outros graus zeros da poesia portuguesa contemporânea e mostrar que a poesia transmite, mais do que conhecimento, modos de ver.