As possibilidades exploradas pelo conceito de utopia, tanto na literatura como no pensamento político, deram o mote para o simpósio “Utopia in the Portuguese-Speaking World”, a realizar nos dias 13 e 14 de dezembro, na King’s College, em Londres.
“Realidades alternativas podem alimentar um criticismo poderoso, do mesmo modo que projetos políticos utópicos podem lançar novos movimentos sociais”, explica o comunicado do Departamento de História da universidade Kings’s College London. Pretende-se assim, através de uma série de conferências e debates, “compreender melhor o raciocínio utópico no mundo de Língua Portuguesa a partir do século XVI até ao presente”.
Sempre à luz do conceito de utopia vão ser desenvolvidas questões como o sebastianismo, o colonialismo, o anarquismo ou o comunismo em Portugal. A utopia no cinema brasileiro e na literatura africana serão outros dos tópicos em análise, a par da utopia na obra de autores como Padre António Vieira, Hélia Correia, Oswald de Andrade, Luís de Camões ou Gonçalo M. Tavares.
“Existe um défice de expressão literária utópica? Podemos repensar o Milenarismo ou o Sebastianismo no âmbito do raciocínio utópico? Os projetos políticos utópicos terão sido importantes para pensar as sociedades e os seus limites? Qual foi o impacto desses projetos, nomeadamente no Brasil ou em África?”; durante os dois dias de simpósio, académicos portugueses, ingleses e franceses procurarão responder a estas e outras perguntas, numa iniciativa apoiada pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.