O poeta e ficcionista Manuel Alegre foi galardoado no dia 17 de março de 2016 com o prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (APE), no valor de 22.500 euros. A decisão foi tomada por unanimidade pelo júri que sublinhou o longo percurso literário do autor, desde poeta, narrador, cronista e ensaísta. No mesmo dia foi divulgado que o autor de Cão como nós irá receber, em maio, o Prémio de Consagração de Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores.
Trata-se da consagração de um percurso literário de meio século, desde o mítico livro Praça da Canção (1965), que se tornaria um símbolo da oposição à ditadura, até aos poemas de Bairro Ocidental (2015) ou aos textos reunidos em Uma Outra Memória, que a Dom Quixote lançou este mês. Referindo-se ao autor de O Canto e as Armas, a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) afirma em comunicado, que é um "dos nomes mais destacados da vida literária, cívica e política portuguesa, desde meados da década de sessenta do século passado"
Natural de Águeda, onde nasceu em maio de 1936, Manuel Alegre estudou Direito na Universidade de Coimbra, tendo-se envolvido nas lutas académicas contra a ditadura.
No início dos anos de 1960, cumpriu o serviço militar em Angola, onde foi preso pela polícia política do regime (PIDE), por se revoltar contra a guerra colonial.
Em 1964, partiu para um exílio de 10 anos, em Argel.
Fez parte da Frente Patriótica de Libertação Nacional, de Humberto Delgado, e, depois, da Ação Socialista Portuguesa, que está na base da criação do Partido Socialista.
Manuel Alegre conta atualmente com mais de 30 títulos publicados entre ficção e poesia e tem recebido vários galardões nacionais e internacionais, entre eles, os prémios Amália e D. Dinis-Fundação da Casa de Mateus.
Em maio de 2015, recebeu a Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra. Nessa altura publicou Bairro Ocidental, no qual o poeta afirma "que é necessária e urgente a nossa libertação".
Com Lusa