José Mariano Rebelo Pires Gago morreu, em casa, na última sexta-feira dia 17 de abril, aos 66 anos, vítima de cancro. O corpo foi para a Basílica da Estrela, em Lisboa, de onde seguiu para o cemitério de Pechão, em Olhão.
O físico de partículas, Mariano Gago, foi a personalidade que mais tempo ocupou o cargo de ministro, após 1974, num total de 12 anos. Nos XIII e XIV Governos Constitucionais, entre 1995 e 2002, Mariano Gago foi Ministro da Ciência e da Tecnologia. Em 2005, foi nomeado Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do XVII Governo Constitucional, cargo que manteve no XVIII Governo Constitucional.
Mariano Gago nasceu a 16 de maio de 1948, em Lisboa. Licenciou-se em Engenharia Eletrotécnica pelo Instituto Superior Técnico, em 1971 – onde mais tarde foi professor catedrático - e doutorou-se em Física pela Faculdade de Ciências da Universidade de Paris, em 1976.
Foi bolseiro do Instituto de Alta Cultura, no Laboratório de Física Nuclear e de Altas Tecnologias da École Polytechnique, entre 1971 e 1976, e na Organização Europeia de Pesquisa Nuclear, entre 1976 a 1978. Foi ainda presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, entre 1986 e 1989. Liderou o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, em Lisboa.
Foi um dos responsáveis pela criação da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, gestora da rede de Centros Ciência Viva e publicou vários trabalhos como «Homens e Ofícios» (1978; 1982), "Manifesto para a Ciência em Portugal" (1990) e "O futuro da cultura científica" (1994) em que defendeu a ciência e a tecnologia como bases para o desenvolvimento humano, social e civilizacional.
Foi agraciado com o título de Comendador da Ordem de Sant’Iago da Espada, em 1992.