Filmes de Portugal, Brasil e Moçambique marcam a programação da 14ª semana do Cinema Lusófono que decorre de 17 a 31 de março, em simultâneo em Nice e Cannes, no sul de França, promovida pela Associação Espaço de Comunicação Lusófono.
Além do cinema, a semana - que este ano conta com o apoio do Departamento de Português da Universidade de Nice, a Associação Festival Transmediterrâneo, a Associação Casa di Cabo Verde e o Instituto Camões - inclui na sua programação música clássica e cabo-verdiana e uma homenagem Cesária Évora, em Cannes, em parceria com a associação dedicada à cantora cabo-verdiana.
Segundo os organizadores, enquanto os dois filmes portugueses que fazem parte da programação da semana «lançam um olhar sobre a história», os brasileiros dão do seu país «uma visão íntima – até mesmo ligeira – mas ainda assim comprometida com as questões sociais de hoje».
O primeiro filme português - O Cônsul de Bordéus (2011) – abrirá a 21 de março a programação de cinema da semana, com a presença de João Correa, um dos seus dois realizadores (o outro foi Francisco Manso), e do distribuidor Henri Seroka no Cinéma Mercury, de Nice, um dos dois palcos do ciclo. O filme evoca a figura de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul português em Bordéus durante a II Guerra Mundial, que salvou da deportação milhares de perseguidos, judeus na sua maior parte.
A segunda película portuguesa – Águas Mil (2009), de Ivo Ferreira - «incide sobre a Revolução dos Cravos e será uma oportunidade, quarenta anos depois, para abordar a situação atual em Portugal».
Os quatro filmes brasileiros são Rio Sex Comedy (2010), de Jonathan Nossiter, com Charlotte Rampling e Bill Pullman, Os Famosos e os Duendes da Morte (2009), de Esmir Filho, Trabalhar Cansa (2011), de Juliana Rojas e Marco Dutra, e Eu Me Lembro (2005), de Edgar Navarro.
A África também irá marcar presença com um filme luso-moçambicano – O Último Voo do Flamingo (2009), de João Ribeiro - «que permitirá descobrir este grande país da África Austral em busca da reconstrução, depois de muitos anos de um conflito dramático».
A «dimensão africana» também estará presente noutros eventos previstos pelo programa, prometem os organizadores, referindo «concertos e parcerias com as associações Casa di Cabo Verde, em Nice, e Cesária Évora, em Cannes». Um programa, dizem, «construído para abrir espaços de descoberta e intercâmbio em torno da Lusofonia», que esperam que atraia «um público cada vez mais numeroso».