Oliveira Martins

Por Sérgio Campos Matos

Historiador, economista, antropólogo, crítico social e político, a sua ação e os seus trabalhos suscitaram controvérsia e tiveram considerável influência, não apenas em historiadores, críticos e literatos do seu tempo e do século XX, mas na própria vida política portuguesa contemporânea.

Desde 1867, Oliveira Martins experimentou diversos géneros de divulgação cultural: romance e drama históricos, ensaios de reflexão histórica e política e doutrinária. Mas essas tentativas, de valor desigual, não alcançaram grande sucesso. Em 1879, dá-se uma inflexão no seu percurso intelectual, com o início da publicação da Biblioteca das Ciências Sociais, de sua exclusiva autoria. Embora alheia a intenções doutrinárias e ao espírito de sistema dominante na época (positivismo, determinismos vários), não deixaria de, pontualmente, exprimir estas tendências. Pelo largo fôlego e diversidade de matérias que pretendia abarcar - história peninsular, história nacional e ultramarina, história de Roma, antropologia, mitos religiosos, demografia, temas de economia e finanças, etc. - a coleção constituiu um projeto sem precedentes no meio cultural português da Regeneração, com o objetivo de generalizar todo um conjunto de saberes entre um público alargado. O empreendimento editorial ficaria marcado pelo autodidatismo de Oliveira Martins, uma curiosidade científica sem limites e um bem evidente pendor interdisciplinar e globalizante. Esse autodidatismo é afinal indissociável do próprio percurso biográfico e profissional do historiador.

Na verdade, devido à morte do seu pai, Martins não chegara a concluir o curso liceal e cedo se dedicou à atividade profissional como empregado em duas casas comerciais (1858-70). Exerceu depois funções de administrador de uma mina, na Andaluzia (Santa Eufémia, 1870-74). De novo em Portugal, dirigiu a construção da linha ferroviária do Porto à Póvoa e Famalicão e foi administrador da respetiva Companhia ferroviária. Entretanto era eleito presidente da Sociedade de Geografia Comercial do Porto (1880) e depois nomeado diretor do Museu Industrial e Comercial do Porto (1884). Exerceu ainda as funções de administrador da Régie dos Tabacos (desde 1888), da Companhia de Moçambique (1888-90) e fez parte da comissão executiva da Exposição Industrial Portuguesa (1888).

Em 1885, Oliveira Martins aprofundava a sua prática de redator da imprensa periódica com a fundação d'A Província (1885) e depois, já em Lisboa, d'O Repórter (1888). Para além destas experiências profissionais tão diversas e na sequência de várias candidaturas a deputado (1878-83), convicto da necessidade de reformar profundamente a vida política nacional, aderia ao Partido Progressista (1885), partido em que dinamizaria a chamada Vida Nova. Era eleito deputado (sucessivamente, de 1886 a 1894) e, em 1899, nomeado Ministro da Fazenda no ministério de José Dias Ferreira. Desempenharia este cargo apenas por quatro meses, devido a divergências com o chefe do governo.

Na sua extensa obra podem distinguir-se as seguintes fases:

  • 1867-1871: estreia, em múltiplos géneros (romance histórico, drama, crónica, crítica literária, artística, social e política); é uma fase sincrética de experimentação de ideias e primeiros tentâmes críticos.
  • 1872-78: ensaio de temática histórica (1872 e 1878); crítica social e política; textos de doutrina e reflexão sobre o socialismo (1872-73); crónica de atualidade, de incidência diversa (Revista Ocidental, 1875); desenvolve-se e alarga-se, em termos de problemática, a anterior experimentação, centrando-se agora em três grandes áreas, a história e o pensamento social e político e os estudos sobre finanças. De apologista de uma república social e federalista, na sequência do malogro da República em Espanha, depressa passa a crítico sagaz do republicanismo (1873-74) e teórico do socialismo catedrático.
  • 1879-1885: publicação da Biblioteca das Ciências Sociais, de temática muito variada, em que à aprendizagem do seu autor corresponde, de imediato, a apresentação pública dos resultados dessa autoformação. Define-se um vasto projeto de divulgação cultural e científica. Aprofunda-se e estrutura-se a visão da história de Portugal e abrem-se novos campos à sua curiosidade científica: geografia, arqueologia, antropologia, sociologia, psicologia coletiva, economia.
  • 1885-1894: crónica política na imprensa periódica, ensaísmo histórico (por exemplo, Portugal nos Mares), biografias históricas e crónicas de viagem (respeitantes a Inglaterra e Espanha). Corresponde, em parte, à fase de mais intensa atividade política (1885-1892), ao abandono da Biblioteca das Ciências Sociais e à conceção de um plano de biografias históricas (desde 1889), concentrando-se o seu interesse no período áureo da história nacional (dos finais do séc. XIV ao séc. XVI) e nas suas personalidades representativas (Os filhos de D. João I, Nuno Álvares Pereira, D. João II). Esse tempo forte encerrava, a seu ver, as melhores experiências políticas e éticas para o presente.

Oliveira Martins

Quer no plano historiográfico quer no plano político-ideológico, Oliveira Martins ocupa um lugar singular no panorama cultural e político português da segunda metade do séc. XIX, que sempre resiste a quaisquer etiquetas que se lhe aponham. Teórico do socialismo de inspiração proudhoniana, evoluindo depois no sentido do reconhecimento da relevância da autoridade e da razão de Estado? Mentor do grupo dos Vencidos da Vida, no final do decénio de 1880? Historiador romântico, cultor de uma história narrativa, dramática, de expressão artística? Historiador metafísico, pessimista, filósofo da história? Divulgador de uma antropologia de cariz evolucionista e darwinista? Poderá admitir-se tudo isso, sem dúvida. Mas também é verdade que não deixou de manifestar uma intencionalidade científica (veja-se, por exemplo a História da Civilização Ibérica, 1879), teorética, de integração de uma pluralidade de métodos e saberes (geografia, antropologia, economia, ciência política, psicologia, história) numa leitura global da evolução histórica nacional e da própria humanidade.

Como também evidenciou, sobretudo nas biografias históricas do final da vida, a par de indiscutíveis qualidades literárias e ensaísticas, empenho na pesquisa e utilização de fontes, nas quais procura escorar as suas obras. Sem esquecer a preocupação em rever aturadamente os seus trabalhos e pontos de vista anteriores: lembrem-se as sucessivas reestruturações a que submeteu o plano da Biblioteca das Ciências Sociais, a revisão da História de Portugal, tendo em conta diversas críticas que lhe haviam sido dirigidos, a reelaboração de Os Lusíadas. Ensaio sobre Camões e a sua obra (versão original, 1872) em 1891, ou as diversas propostas de periodização do percurso histórico nacional que sucessivamente adotou. Todavia, as qualidades do prosador de largos dotes artísticos sobrepõem-se, por vezes, às exigências do rigor histórico.

No plano político, não deixa de ser sintomático o modo tão díspar como a sua intervenção na sociedade portuguesa foi julgada pelos seus contemporâneos. É um facto que aceitou o apoio de regeneradores numa candidatura independente a deputado (1878). Tal como aceitaria ser candidato oficial pelo Partido dos Operários Socialistas de Portugal às eleições de 1879, ou ainda integrar uma lista republicana candidato às eleições municipais de 1883, no Porto. São conhecidas as suas intenções reformadoras quando aderiu ao Partido Progressista (1885). Percurso muito criticado e discutido, deve contudo compreender-se tendo em conta a apreciação que Oliveira Martins fazia da vida política nacional e das suas insuficiências no ponto de vista da relação entre os políticos e a sociedade civil e sobretudo das limitações da opinião pública. Bem como nunca perdendo de vista o quadro do seu projeto reformista, independente e suprapartidário, não prescindindo, todavia, do concurso dos partidos políticos, e tendo em conta a subalternização da questão formal do regime (atitude que partilhava com Antero de Quental). A multiplicidade de pontos de vista que sempre aflora em tão diversa reflexão teórica complexifica extremamente a compreensão do seu legado.

Ainda hoje a obra de Oliveira Martins suscita interpretações e juízos tão desencontrados como há um século atrás - sobretudo no que respeita à sua historiografia e ao pensamento social e político que deixou. O que permanece indiscutível é a indelével presença do seu espírito crítico entre nós, a fina lucidez da sua compreensão dos problemas portugueses.

Bibliografia Ativa

(selecionada)

  • Febo Moniz, Lisboa, Empresa Lusitana Ed. s.d. (1867);
  • Os Lusíadas. Ensaio sobre Camões e a sua obra, em relação à sociedade portuguesa e ao movimento da Renascença, Porto, Imprensa Portuguesa Ed., 1872.;
  • Teoria do socialismo (pref. de António Sérgio), Lisboa, 1952 (1.ª ed., 1872);
  • Portugal e o Socialismo (pref. de António Sérgio), 2.ª ed., Lisboa, 1953 (1873);
  • A circulação fiduciária. Memória apresentada à Academia Real das Ciências de Lisboa, Lisboa, PAMP, 1923 (1878);
  • História da civilização ibérica, 8.ª ed., Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1946 (1.ª ed., 1879);
  • História de Portugal. Edição crítica (introd. de Isabel de Faria e Albuquerque e pref. de Martim de Albuquerque), Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, s.d. [1988];
  • Portugal Contemporâneo, 3 vols., Lisboa, Guimarães Editores,, 1953 (1.ª ed., 1881);
  • O Brasil e as colónias portuguesas, 5.ª ed., Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1920 (1.ª ed., 1880);
  • Elementos de Antropologia, 7.ª ed., Lisboa, Guimarães Editores, 1954 (1880);
  • As raças humanas e a civilização primitiva, 4.ª ed., 2 vols., Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1921 (1881);
  • Sistema dos mitos religiosos (pref. de José Marinho), 4.ª ed., Lisboa, 1986 (1882);
  • Quadro das instituições primitivas, 3.ª ed., Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1909 (1883);
  • O Regime das riquezas, 3.ª ed., Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1917 (1883);
  • Tábuas de cronologia e geografia histórica, Lisboa, Livraria de António Maria Pereira Ed., s. d. ( 1.ª ed., 1884);
  • Política e economia nacional, 2.ª ed., Lisboa, Guimarães Editores, 1954 ( 1.ª ed, 1885);
  • História da República Romana, 4.ª ed., 2 vols, Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1927 (1885);
  • Camões, Os Lusíadas e a Renascença em Portugal, 4.ª ed., Lisboa, Guimarães Ed., 1986 (texto correspondente ao da 2.ª ed., 1891);
  • Portugal nos Mares, Lisboa, Guimarães Editores, 1994 (1889 e 1924);
  • Os filhos de D. João I, 2 vols., Lisboa, Guimarães Editores, 1983 (1.ª ed., 1891);
  • A vida de Nun'Álvares, 9.ª ed., Lisboa, Guimarães Editores, 1984 (1.ª ed., 1893);
  • A Inglaterra de hoje, Lisboa, Guimarães Editores, 1951 (1893);Cartas peninsulares, Lisboa, Liv. António M.Pereira, 1895;
  • O Príncipe Perfeito (pref. de H. Barros Gomes), 6.ª ed., Lisboa, Guimarães Editores, 1984;
  • Dispersos (sel., pref. e notas de António Sérgio), 2 vols, Lisboa, Oficinas Gráficas da Biblioteca Nacional, 1924;
  • Correspondência de J.P. de Oliveira Martins, (pref. e anotada por F.A. de Oliveira Martins, Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1926;
  • Perfis (pref. de Luís de Magalhães), Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1930;
  • Páginas desconhecidas (Introd., coorden. e notas de Lopes de Oliveira), Lisboa, Seara Nova, 1948;
  • Literatura e filosofia (pref. de Cabral do Nascimento), Lisboa, Guimarães Editores, 1955;
  • O Jornal, Lisboa, Guimarães Editores, 1960;Política e história, 2 vols., Lisboa, Guimarães Editores, 1957;
  • Fomento rural e emigração, 3.ª ed., Lisboa, Guimarães Editores, 1994.

Bibliografia Passiva

  • Cadernos do Noroeste. Actas do Colóquio Oliveira Martins, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, vol.7, n.º 1, 1994;
  • Pedro CALAFATE (introd. e selecção de textos), Oliveira Martins, Lisboa, Ed. Verbo, 1990;
  • Fernando CATROGA, "História e ciências sociais em Oliveira Martins", in História da História em Portugal sécs. XIX-XX, Lisboa, Círculo de Leitores, 1996, pp. 117-159;
  • Fidelino de FIGUEIREDO, História d'um "Vencido da Vida", Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1930;
  • Paulo FRANCHETTI, "No centenário da morte de Oliveira Martins", J.M. Eça de Queiroz, J.P. Oliveira Martins, Correspondência, São Paulo, UNICAMP, 1995;
  • V. Magalhães GODINHO, Ensaios III. Sobre teoria da história e historiografia, Lisboa, Sá da Costa, 1971;
  • Manuel Viegas GUERREIRO, Temas de antropologia em Oliveira Martins, Lisboa, ICLP, 1986;
  • Amadeu Carvalho HOMEM, "Oliveira Martins", História de Portugal (dir. de João Medina), vol. IX, Lisboa, Ediclube, 1993, pp.145-148;
  • Inventário do espólio de Oliveira Martins (org. de Maria José Marinho e A. Braz de Oliveira; cronol. de Carlos Maurício), Lisboa, 1995;
  • Joaquim Pedro de Oliveira Martins. In Memoriam, s.l., n.d.(1902);
  • Eduardo LOURENÇO, "Lembrança de Oliveira Martins - história e mito", Oliveira Martins e os críticos da História de Portugal, Lisboa, IBNL, 1995;
  • Álvaro M. MCHADO, Les romantismos au Portugal. Modeles etrangers et orientations nationales, Paris, FCG, 1986;
  • Guilherme de Oliveira MARTINS, Oliveira Martins. Uma biografia (pref. de Eduardo Lourenço), Lisboa, s.d.;
  • Sérgio Campos MATOS, "Na génese da teoria do herói em Oliveira Martins", Estudos em homenagem a Jorge Borges de Macedo, Lisboa, INIC, 1992, pp. 475-504;
  • Id., Historiografia e memória nacional no Portugal do século XIX (1846-1898), Lisboa, Ed. Colibri 1998;
  • Carlos C. MAURÍCIO, A imagem humana. O caso de Oliveira Martins, 1867-1955, Lisboa, ISCTE, 1995 (dactil.);
  • João MEDINA, As Conferências do Casino e o socialismo em Portugal, Lisboa, Pub. D. Quixote, 1984;
  • Augusto Santos SILVA, Oliveira Martins e o socialismo, Porto, Afrontamento, 1987;
  • Id., Palavras para um país, Lisboa, Celta, 1997;
  • Albert SILBERT, "Oliveira Martins et l'Histoire", Regards sur la génération portugaise de 1870, Paris, FCG, 1970;
  • Abdoolkarim A. VAKIL, "Caliban na Biblioteca: Oliveira Martins, ciências sociais, cidadania e colonialismo", Estudos Portugueses e Africanos, n.º 25/26, 1995, pp.109-127;
  • "Leituras de Oliveira Martins. História, ciências sociais e modernidade económica" (1995), Actas do Congresso Internacional Oliveira Martins: literatura, história e política (no prelo).

Obras Traduzidas em Espanhol

  • História de la Civilización Ibérica (trad. Luciano Taxonera), Madrid, 1894 (há várias outras edições, de 1926, 1946, etc.; há também duas edições pub. em Buenos Aires, com revisão e prólogo de Xavier Bóveda, 1944 e 1951 e uma sob o título de La Civilización Ibérica, México, Ed. Intercontinental, 1944);
  • Los Hijos de D. Juan I. pincepes, guerreiros y navegadores fundadores de un imperio, Buenos Aires, Ed. Atalaya, 1946;
  • Navegaciones y Drescobrimentos de los portugueses anteriores al viaje de Colon, Madrid, 1892 (há trad. francesa de Alexandre Boutroue, Paris, 1893).
  • Obras Traduzidas em Inglês
  • The History of Iberian Civilization (trad. de Aubrey Bell e pref. de S. Madariaga), Londres, Oxford University Press, 1930;
  • The Golden Age of Prince Henry the Navigator (trad. de Os filhos de D. João I com anotações de Johnston Abraham and W. E. Reynolds, Londres, Chapman and Hall, 1914;
  • The England of Today (trad. de C.J. Wildey), Londres, G. Allen, 1896.

Iconografia

  • Duas fotos reproduzidos em Guilherme de Oliveira MARTINS, Oliveira Martins. Uma biografia (pref. de Eduardo Lourenço), Lisboa, s.d, junto à p.208 e uma terceira reproduzido em António José Saraiva, História ilustrada das grandes literaturas. Literatura portuguesa, Lisboa, Ed. Estúdios Côr, 1966, p.240
  • Trechos Significativos de Algumas Obras
  • História de Portugal. Edição crítica (introd. de Isabel de Faria e Albuquerque e pref. de Martim de Albuquerque), Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, s.d. [1988];
  • "Advertência, vol. I, pp.VII-VIII (concepção de história: "A história é sobretudo uma lição moral (...) facto incontestável na vida das sociedades", 1.32, p. VIII);
  • Idem, vol.II, p.262 (sobre D. João VI: "Representante quase póstumo.... filha do Barbadão")
  • História da Civilização Ibérica, 8.ª ed., Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1946 (1.ª ed., 1879): livro IV, cap. 11 pp.221-222 ( o misticismo espanhol: "A força criadora da natureza produziu espontaneamente um fenómeno singular na Europa (...) Marrocos e a Espanha"; o futuro dos povos peninsulares: Livro Quinto, cap. III, pp.327-328: "Nós acreditamos firme e diremos até piamente (...) a Espanha do passado");
  • Portugal contemporâneo, vol. 3, Lisboa, Guimarães Ed., 1953, Livro VI, cap-IV- Conclusões, pp.302-310 (reflexão sobre Portugal e os seus problemas cerca de 1881: "O que nos interessa a nós saber(...) Ser-lhe-á dado acordar ainda a tempo?"
  • História da República Romana, 4.ª ed., vol.II, Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1927 (1885), pp.357-359: "Finalmente! As províncias estavam submetidas (...) acabara de reduzir a pó a força antiquíssima do Senado."(sobre César).