Figuras da Cultura Portuguesa
Abel Salazar
Por Maria Luísa Garcia Fernandes
Abel de Lima Salazar nasceu em Guimarães a 19 de julho de 1889 e faleceu em Lisboa a 29 de dezembro de 1946.
Filho mais velho de Adolfo Barroso Pereira Salazar e Adelaide da Luz Silva Lima Salazar. Seu pai foi, em Guimarães, secretário e bibliotecário da Sociedade Martins Sarmento, professor de francês na Escola Industrial Francisco da Holanda e escrevia para a “Revista de Guimarães". A eliminação da disciplina de francês dos currículos escolares em Guimarães parece ter sido a causa principal da sua vinda para o Porto.
Adérito Sedas Nunes
Por Carlos Leone
Adérito Sedas Nunes (Lisboa, 1928 – Lisboa, 1991)
Sedas Nunes pertence à geração que implantou definitivamente as ciências sociais na Universidade portuguesa, depois das tentativas mais ou menos amadoras e voluntaristas do passado. Nessa geração foi talvez a figura de maior relevo, pela capacidade que demonstrou para produzir investigação científica própria de qualidade, coordenar institucionalmente o trabalho de uma das raras Escolas da Universidade portuguesa e atuar ainda na luta política ao mais alto nível. Tudo isto tanto antes como depois de 1974.
Adolfo Casais Monteiro
Por Carlos Leone
Adolfo Victor Casais Monteiro nasceu no Porto em 1908 e morreu em São Paulo em 1972. Exilara-se em 1954 no Brasil (onde ensinou em várias universidades, com uma breve passagem pelos EUA perto do fim da vida) por motivos políticos, mas não apenas por esses (proibição de ensinar); na verdade, a opção pelo Brasil, deveu-se sobretudo a um desejo de liberdade, não só dos poderes de facto em Portugal mas também face aos meios da oposição portuguesa, que percebeu serem pouco apropriados a heterodoxos como ele (as afinidades entre as reflexões de Casais Monteiro e Eduardo Lourenço a este respeito merecem ser notadas).
Adolfo Coelho
Por João Leal
Promotor e interveniente das célebres Conferências do Casino, historiador da literatura, introdutor em Portugal dos estudos linguísticos e da pedagogia.
Agostinho da Silva
Por Carlos Leone
Filólogo de formação mas mais conhecido como filósofo, Agostinho da Silva nasceu no Porto em 1906 e faleceu em Lisboa em 1994. A sua vida e Obra são um dos casos mais interessantes da cultura portuguesa contemporânea, ao sintetizarem simultaneamente aspetos contraditórios da cultura portuguesa e interagirem de forma original com os contextos históricos variados que conheceu. Estes podem ser agrupados em três, para melhor apresentar de forma breve o pensamento do autor: o contexto de formação, o contexto de maturidade e o contexto de celebridade mediática.
Alexandre Herculano
Por Ana Maria dos Santos Marques
Nascido em 28 de março de 1810, Alexandre Herculano estuda Humanidades no colégio dos Oratorianos com vista à matrícula na Universidade, mas a cegueira do pai força-o a abdicar desse projeto e a limitar-se a um curso prático de Comércio, estudos de Diplomática (Paleografia) e de Línguas.
Alexandre O'Neill
Por Maria Antónia Oliveira
“Que quis eu da poesia? Que quis ela de mim? Não sei bem. Mas há uma palavra francesa com a qual posso perfeitamente exprimir o rompante mais presente em tudo o que escrevo: dégonfler. Em português, traduzi-la-ia por desimportantizar, ou em certos momentos, por aliviar, aliviar os outros, e a mim primeiro, da importância que julgamos ter.
Almeida Garrett
Por Maria Helena Santana
João Batista da Silva Leitão [mais tarde de Almeida Garrett], nasceu no Porto, em 1799. Aí passou a primeira infância, num caloroso ambiente burguês que lhe deixaria gratas recordações. Aos 10 anos parte com a família para os Açores, onde inicia a sua formação literária, sob a tutela do tio Frei Alexandre da Sagrada Família, bispo de Angra.
Antero de Quental
Por Ana Maria Almeida Martins
O nome de Antero de Quental (Ponta Delgada, 18/IV/1842 - 11/IX/1891, ib.) tornou-se no símbolo de uma geração (a Geração de 70 ou a Geração de Antero) e é referência obrigatória na poesia, no ensaio filosófico e literário, no jornalismo, mas também nas lutas pela liberdade de pensamento e pela justiça social, onde se afirmou como ideólogo destacado.
António Gedeão
Por Fernando J. B. Martinho
Nascido em 1906, contemporâneo dos poetas da presença, só em 1956 António Gedeão (1906-1997; pseudónimo de Rómulo de Carvalho, metodólogo de Ciências Físico-Químicas no ensino secundário, autor de trabalhos nos domínios da didática das disciplinas da sua especialidade, e da historiografia e divulgação científicas) publica o seu primeiro livro de poemas, Movimento Perpétuo.